quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Seus olhos estão mais azuis a cada manhã...


Você já quis muito uma resposta? Daquelas que chega a nos embrulhar o estômago de tanta ansiedade. Pois é, é isso... Está acontecendo comigo! Está acontecendo de novo, o reencontro com o passado foi inevitável.

Mas o que será que nos aflige? O que nos comove? Se o improvável e inevitável está aí pra todo mundo? É complicado estar mais uma vez cara a cara com aquela verdade que paradoxalmente parece mentira e as vezes parece ser até um sonho, um conto... E pelo andar da carruagem, o envolvimento com aquela velha, “nova” (E vai saber o futuro...) situação desconfortante, porém confortável naquela hora, segue entre a gente.

Agora entendo porque os poetas escreviam tantas contradições, tantas dúvidas, tantas declarações infinitas! Eles sabiam dizer o “não saber o que dizer...” Rsrssss... É muito estranho isso! Não me lembro de já ter me sentido assim, dessa forma tão ruim e boa ao mesmo tempo. As certezas e as dúvidas pairam no ar a todo momento, às vezes me encontro, mas a vezes me perco; às vezes viajo com destino em encontro ao dela, mas às vezes estou aqui pra sempre... Todo caso, na grande maioria das vezes penso apenas naqueles olhos, que parecem está mais azuis a cada manhã só pra me provocar... Ahhhh aqueles olhos... Parece que me interrogam em silêncio num tribunal onde fui condenado a responder o imponderável!

O amanhã não sei, o passado é o presente agora. Está tudo invertido, de repente tudo mudou de rumo em apenas cinco palavrinhas lindas! Pronunciadas com dificuldade e cuidadosamente acertadas pra aquele singelo momento. Quer saber quais foram? Rsrsrss... Depois eu conto, não tenho certeza ainda se as entendi da forma que deveria entender. Da forma racional. Confesso que ser racional seria mais plausível, mais seguro, mas de que modo meu coração se auto destruiria? Muitos anos atravessaram nossos corações sem que ele sequer tenha sido tocado.

Você veio de longe menina, de repente ficou tão perto que nos tornamos um, que depois se dividiu novamente. Se atitudes provão? Vai entender aquela então... Qual? A de me falar tomada pelo pranto separatista na nossa última despedida, que a terceira vez que nos encontrássemos seria pra ficarmos juntos pra sempre. Agora eu acredito. É pra sempre! Pelo menos no meu sempre. Não me incomodo com o que irá acontecer novamente, já está se tornando rotina mesmo... Já esperamos por isso e dessa vez acredito que estamos mais preparados. Sei que aqueles olhos permanecerão sempre mais azuis a cada manhã, sempre me interrogarão e pediram meu ombro que acaricie seu pescoço.

Você foi o diferente que todos nós procuramos como a forma mais natural de felicidade, você foi tudo que eu posso admitir desejar, você pra sempre será quem, independente de qualquer coisa viu em mim um menino com sonhos, com alguns pensamentos até um tanto utópicos pra aquele momento, lembra? Mas mesmo assim achou de me seduzir, de me encantar com seu sublime olhar, de me fazer tão feliz!

Querer estar perto é querer mudar dogmas, regras, padrões da sociedade ou até mesmo um sonho literalmente distante, e claro que é tudo isso! Concordo, mas o meu querer estar com você é simples, é humilde, é singelo, é carinhoso. O meu querer é diferente, é o meu querer estar envolvido em teus braços, enroscando meus dedos em seus cabelos e sentido o doce e verdadeiro aroma da felicidade, se será físico novamente, não sei mais... Mas sempre será real em meu mundo.

“É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é o nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder.”.

Seu nome soa doce, sua voz aveluda meu ouvir, sua boca quer sempre meu desejo, meus sentidos desaparecem quando meus lábios tocam os seus; meu coração acelera; minha mente viaja no vazio da falta de respostas do futuro, mas quer saber? Gosto dessa dúvida acompanhada de todas as incertezas do mundo! Parece estranho, mas me motiva; me liberta; me caminha; me afeta. Se transforma tudo em motivação pras batalhas de todos os dias de minha vida.

Escreveria pra sempre se me fosse necessário fazer, será que inspiração me faltaria? Será que não seria mais possível perceber seus olhos mais azuis a cada manhã? Mesmo se me fossem arrancados os olhos ainda assim viria! Se até seu cheiro eu consigo sentir (Imaginar) quando quero? Meus sentidos se confundem de uma forma tão natural que me encantam.

Indagações me vinham: por que não escrever sobre isso se pessoas gostam tanto de lê-las e sempre me pediam pra fazer isso? A resposta é simples, lembra daquelas cinco palavrinhas? Pois é, estão aqui, em tudo que escrevi nesse texto: “Eu ainda gosto de você”

Raony Borges (Ponderando o imponderável)